segunda-feira, 7 de março de 2011

Inspirações...

Não podemos dizer tudo...
No discurso que postámos a semana passada na página Facebook do grupo, um discurso do Steve Jobs encontrámos identificação e encontrámos motivação que a muitos faz falta.
Cada um de nós tem o seu lugar no mundo, afinal de contas estamos cá. É urgente encontrarmos o nosso lugar, apaixonarmo-nos e produzirmos o que nos apraz, fazer o melhor que sabemos quando fazemos o que quer que seja.
É com particular alegria que fazemos o que fazemos.
Desenvolver um produto é em gestão fruto de um complexo caminho que se inicia nos estudos de mercado... Não desmerecemos a Gestão, nem a Economia e muito menos o poder do Marketing. Não se trata de virar as costas ao "Mercado", trata-se de desenvolver um produto desenhando-o tal como nós gostamos e partilhá-lo. Uma empresa é pensada numa perspectiva económico-financeira, balanços e demonstrações de resultados, mas o produto em si, esse tem de ser pensado noutra perspectiva. No que concerne o produto, deverá ser pensado na mais-valia que ele representa para qualquer um de nós, ora esta questão é muito pessoal.
Temos a "sorte" de operar num sector que se identifica com as emoções humanas, o que produzimos está tão intrinsecamente ligado à história humana, aos costumes e às idiossincrasias próprias da arte. Pois isso torna as coisas um pouco mais faceis... compreender o discurso atrás referido é compreender que a profissão é mais parte de nós do que seria suposto, é levarmo-nos para o dia de trabalho inteiros, é também viver a vida pensando no lema: "carpe diem"!
Talvez noutras áreas do saber o prazer seja matéria de discussão, contudo temos a firme convicção que estar em tão próximo contacto com a natureza e fazer "laboratorialmente" ou "industrialmente" um vinho com base numa qualquer receita visando "mercados-alvo" é pura demagogia. É uma mentira que os consumidores sentem no primeiro toque.
Precisamos de pessoas, pessoas a podar, a fazer gemer a videira, a espampar, a vindimar, a cuidar da terra, a acompanhar o armazenamento com as cautelas de quem cuida de emoções.
"Engarrafamos emoções!"
Porque há gente no vinho, porque há gente na vinha, porque nos movemos de encontro às pessoas, em todos os momentos do processo.
Para quem trabalha na agricultura são pressupostos em que nem se pensa, surgem naturalmente. Contudo talvez quem está um pouco mais afastado compreenda se falarmos destes pressupostos mais lucidamente: a responsabilidade social, as preocupações ambientais, o sentido de missão, a paciência para aguardar uma colheita; estes vão junto com os nossos produtos.
Na agricultura a viragem sente-se com a premência do dia-a-dia, esperamos que alastre a cada vez mais sectores. 
Ao ouvirmos o discurso em epigrafe lembramos tantas pessoas que conhecemos que se tornou incontornável partilhá-lo na rede social. Jobs demonstra eficazmente que o actual paradigma deve ser alterado e esta é uma questão demasiado séria para não ser amplamente debatida.
Pensamos que também no sector vitivinícola é uma questão pertinente  e no entanto já consensual. Provavelmente muitos de nós o fazemos tão naturalmente que nem pensamos nos nomes das coisas, ou no caminho que escolhemos e como se fez a trajectória. Por isso também partilhamos esta ligeira reflexão com quem admiramos. Parceiros, concorrentes, amigos... temos o privilégio de privar com pessoas que pensam em pessoas, e olhando para o nosso sector surpreende-nos que isso possa ser raro, mas é de facto uma realidade transversal na sociedade. Há demasiadas pessoas perdidas, demasiados jovens que não sabem o seu lugar ou caminho, há demasiados produtos impossíveis de usar ou degustar pelos "leigos". Demasiadas escolas com currículos obtusos face ao esperado dos profissionais que formam. Demasiadas máquinas concebidas para ser manipuladas por iluminados. Excesso de inoperância por ser tão difícil conciliar o ser com o dever!
Comunicamos todos os dias, deveríamos ter algo para partilhar. Jobs comunicou, com linguagem simples, eficazmente transmitiu uma mensagem tão cheia de substância que nada podemos acrescentar, nem queremos. Alertamos ao difundir este discurso que nele todos nos podemos observar, todos!

Observação: Esta reflexão vem no seguimento do Discurso de Steve Jobs em Stansford, o qual postámos nas nossas páginas do Facebook, e que podem encontrar aqui também.

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